segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

As ruas continuam as mesmas, mas nas calçadas já não os encontro mais.
As janelas dos apartamentos estão fechadas.
A praça repleta de gente estranha.
Aquelas bancadas onde namorávamos estão trancadas com grades.
Não há mais os mesmos bares e não os encontro mais.

A cidade ainda tem o mesmo cheiro.
A mesma noite iluminada, mas são outros bares, outras turmas, outros ares.

Não tem ninguém esperando pelo campeonato de truco.
Nem uma galera sentada na frente do prédio tocando violão.
Ninguém mais vai tomar água nos fundos e nem aguarda ansioso pelo próximo verão.

As reggaes fecharam.
Os carnavais em clubes terminaram.
Os domingos no cachaça acabaram.

Não encontro sempre alguém conhecido em minha caminhada.
Não há rostos comuns e um bando de gente sentada na praia esperando o sol se pôr junto.
Tomei chuva quase sozinha.
Os donos de barraca eu não conheço mais.

Aquele calçadão de praia ainda fica no mesmo lugar, mas nossos passos já não estão mais lá.
A cidade cresceu, nós amadurecemos, o tempo encurtou e os caminhos se perderam.

Eu nunca vou esquecer das rodas de violão.
Dos jogos de truco.
Dos amores platônicos e dos namoros relâmpagos.

Eu nunca vou esquecer das bagunças.
Dos bailinhos com vassoura.
Das matinês e dos pedágios.

Eu nunca vou esquecer das caronas.
Das paqueras, cartas...
De quando pegávamos ônibus e tomávamos capeta.

Eu nunca vou me esquecer dos bailes de espuma.
Dos esquentas nos apartamentos.
Da caminhada de mãos dadas e da corrida de siri na beira do mar.

Nunca me esquecerei desses bons tempos, dos lugares, das fases e, principalmente, de vocês.
Que saudades............

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