Ás vezes, me pego pensando em gente que passou, que ficou lá atrás...não é sempre que faço isso, mas faz parte da minha natureza destrinchar certas coisas e tentar entender certos momentos.
Dia desses estava repensando algumas cenas de gente que, um dia, foi essencial em minha vida. Fui procurar coisas em comum, um pontinho de luz que pudesse justificar um eventual perdão, uma ferramenta que sustentasse uma nova chance.
O que descobri me deixou ainda mais certa de que minha decisão foi acertiva. Não que não tivesse boas e marcantes lembranças...eu as guardo bem aqui dentro! Mas acabei encontrando ataques evasivos de gente que me define por eu ser popular, que me pede atenção quando jamais me deu uma ligação sem que fosse para seguir em direção a um bar e eu, jamais os critiquei por conta disso, porque eram singulares, eram especiais, pensei que eram amigos.
Nessa minha pesquisa e busca por alternativas que justificassem em eventual perdão, encontrei afirmações de que teria problemas de auto-confiança por eu, apenas, ter um grupo grande de amigos. Que mal há em ser querida? Que mal há em reunir turmas? Que mal há em conviver em "equipe"? Não estou me gabando, nem nada, apenas retrato minha realidade, afinal ser popular e querida não quer dizer que eu também não seja grossa, ansiosa e conte com milhões de defeitos. O fato é que minha índole é do bem e como todos, preciso e busco aperfeiçoamentos .
Nunca tive problemas com auto-estima a ponto de não sair de casa sozinha, já fiz muitas vezes isso. Nunca evitei reunir pessoas diferentes a ponto de arriscar que houvesse desentendimentos, pois acredito em amizades entre seres opostos. Nunca busquei e nem frequentei ambientes únicos a ponto de me definirem como, e apenas como, botequeira, pois admiro também outras artes. Nunca cobrei que me convidassem para o cinema a ponto de dizer que esta gente apenas frequentava boates, pois acredito que existe individualidade e alternativas para cada grupo.
Não defino ninguém pelo grupo, roupa ou local que frequenta. No meu coração há espaço para as diferenças. Há espaço para a boemia e solidão, para a putaria e trabalho duro. Não sou santa e nem sou puta. Sou moleca sim, mas também mulher. Sou geniosa sim, mas também generosa.
Se saio em bando é porque eu quis, é porque graças a deus eu posso, é porque eles também querem. Se frequento bares com algumas pessoas e cinema com outras, é porque todos nós fizemos estas escolhas, juntos. Nada parte apenas de um único lado. É uma troca.
Falo isso porque nos últimos dias escutei uma única pessoa requerendo meu perdão em meio a uma multidão, esta pessoa que eu tanto estimei, mas lá no fundo de sua voz, é irônico, ainda encontro ataques. Mesmo estando já distante, não cessam esses ataques.
Esta pessoa que tanto me recrimina por eu não querer ouvir suas milésimas desculpas, me critica por eu ter turmas. Me alfineta por eu ir a bares. Me define uma boêmia sem, se quer, me chamar para cinemas. Esta pessoa me inclui no grupo de más companhias, quando fui eu que a empreguei duas vezes. Esta pessoa que eu confiei desabafando sensações e que na primeira oportunidade as soltou, a sua maneira, pelo mundo.
Não a desejo mal e nem desejo seu bem, a única pergunta é o por que de tudo isso, por que é preciso pisar na bola, por que as que mais gostamos são as que mais nos machucam?!
Eu jamais fiz algo para seu mal, eu jamais estive na torcida contrária, eu nunca desisti fácil dela e nem desisti sem motivos. Eu celebrei seu contrato de trabalho lhe retribuindo com um espumante. Lhe indiquei quando estava precisando. E ela me retribui debochando de minha personalidade.
Sou sim uma louca por amigos, vivo rodeada de gente, gosto de sair, sou rata de noite, mas sou honesta. Não faço tipo e, por mais que você afirme que gasto meu tempo usando um poder de convencimento para influenciar a opinião de meus amigos em relação a você, eu lhe afirmo, não conto com tanto poder de convencimento e meus amigos têm personalidade, por isso são meus amigos.
Se optaram por ficarem de algum lado, foi porque quiseram, eu não pedi, mencionei ou forcei, apenas contei o que você me fez.
Não me ataque por eu ir a bares, não afirme que eu não faço determinados programas só porque você não estava naquela agenda, não me defina como má-companhia se fui eu que a ajudei quando necessitou.
Faça melhor, reze, assim como faço quando lembro de você.
Eu juro que refleti no eventual perdão, mas a conclusão é que não existe perdão, esta dádiva foi dada a deus e não a uma mortal repleta de defeitos como eu. Não tenho nada que te perdoar, nada mais para te falar, nada para te atacar, nada para relatar. Peço-te, entretanto, apenas uma coisa, me esqueça. Me deixe ir e em paz, assim como fiz com você.
Não a defino então não tente fazer o mesmo comigo. Você provou que não me conhece...então não me rotule, mesmo porque, sou muito mais do que única!
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