sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dizer não

Autoria de uma amiga, Camila Briganti. texto, simplesmente, fantástico!!!

Dizer e escutar o não.O que é mais difícil?Talvez não seja importante. É difícil de qualquer jeito. Preparar o discurso para o não – normalmente sempre alguma desculpa qualquer ou a omissão do fato principal – e esperar o momento adequado.Como dizer que a gente não quer mais por que você é......simplesmente chato? Ou por que simplesmente......não te amo mais? Seria melhor dizer a verdade ou simplesmente dizer o que todos sempre dizem? Não. O problema não é você, sou eu.Não quero escutar que o problema é você. Não quero escutar que o problema é uma circunstância adversa daquela que é a real: simplesmente não quero mais estar com você.Não acredito em absolutamente nenhuma circunstância que faça você não estar comigo. Não acredito que nada possa fazer alguém ficar distante de alguém. Acredito fielmente que, quando estamos apaixonados, não há nada, ninguém e absolutamente nenhuma circunstância que possa afastar você de mim. Ou ele de você.Você simplesmente não quer. Seja lá qual for o motivo – que, cá entre nós, é irrelevante – você não quer.E, a partir do momento do não, não há absolutamente nada a se fazer. Não adianta ir atrás para descobrir se há outra mulher (quem procura, sempre acha). Se você não gosta de mim (ou dela) porque sou assim ou assado é irrelevante. O relevante é: você optou pelo não.E não que eu seja orgulhosa por não correr atrás. Parto de um simples e óbvio pressuposto: se para você é não, não há telefonemas, gestos, absolutamente nada que se possa fazer para modificar a sua decisão. A decisão já foi tomada. E sei o quanto é difícil dizer para o outro o tal do não.Se, por acaso, algum dia você mudar, a gente sabe que você vai me procurar. Você sabe que eu te amo. Você sabe que estou afim. Se vou estar afim caso algum dia você mude de idéia? Não sei. Impossível saber. Gostaria. Gostaria de ainda estar perdidamente apaixonada por saber que, sim, você é o Mister Right.Mas...também pode ser que não. Pode ser que eu não esteja mais afim. Queria ter o poder para saber o futuro. Já briguei muitas vezes com o destino, questionei Deus, fui à cartomante, astróloga, taróloga, coloquei santo de ponta cabeça no congelador.Adiantou? Não. Tá vendo?Mais um não.Nada disso vai mudar a sua cabeça. Nada e nem ninguém tem o poder de nos mudar, a não ser a gente mesmo. Ligar, brigar, agredir... desnecessário. Talvez eu só deixe você numa situação constrangedora, ou até com raiva. Tudo para me fazer entender e aceitar o não.Eu sei que sou especial e que você não quer me machucar. Mas o não, seja lá como ele foi falado e seja lá qual foi a desculpa, sempre dói. É inevitável o inconformismo.E... não quero ser especial. Muito menos fofa.Quero ser mulher. Eu sou mulher, porra.Mas não. Não espere eu ligar. O não veio de você. E para ele virar sim, ele tem que vir também de você, de dentro de você. Do seu coração. E principalmente de coração. Mas isso você só vai descobrir longe de mim.A partir do não, vivo os outros “sins”. A expectativa, a esperança, os pensamentos, a dor... vão embora. A gente sabe que passa. Sempre passa. E vai passar.Não vai ser você, ou eu, que vai alterar a realidade do presente não.Ainda te amo.E espero tão logo não mais amar.

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