Não falo daqueles em que fazemos mais um ano de vida, falo daqueles que nos lembram coisas desastrosas, por exemplo: completei cinco anos sem vesícula; seis sem apagar velinhas com um querido ex-namorado-amigo que, infelizmente, já não está mais entre nós; oito que perdi o melhor emprego de minha vida (até agora!); onze que minha avó se foi; enfim, datas que nunca me escapam desta maldita armadilha da memória.
Parece que uma cortina se abre dentro de minha cabeça e aquela gavetinha, onde guardei a dor, a decepção, a mágoa, a vergonha, a raiva, se abre. Exatamente aquela que me remete a todos os sentimentos que tento deletar diariamente.
Não é que eu seja ruim e nem boa, rancorosa ou sensível, forte ou fraca, é que certos momentos têm o dom de nos transformar no que somos agora, mais duros, equilibrados, vigorosos, secos, racionais e cada vez mais distantes daqueles humanos que um dia chegamos a ser, sem medos, ressalvas, bloqueios ou jogos...
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