segunda-feira, 24 de março de 2008

Luigi Pirandello

Este texto copiei do blog Manjericão Felice de uma amiga pessoal...é ou não é tudo?

"Parava a cada passo, primeiro a distância, depois girando em torno de cada pedrinha que eu encontrava no caminho, espantando-me de que os outros pudessem passar a diante sem dar a mínima atenção àquela pedrinha que, entretanto, para mim, havia assumido proporções de uma montanha intransponível, aliás, de um mundo em que eu teria podido morar tranquilamente.Tinha ficado ali, parado nos primeiros passos de tantos caminhos, com o espírito cheio de mundos – ou de pedrinhas, o que dá no mesmo. Mas não me parecia de modo algum que aqueles que passavam adiante e percorriam toda a estrada soubessem substancialmente mais do que eu. Passaram à minha frente, quanto a isso não há dúvida., e todos velozes como cavalinhos. Mas depois, no fim da estrada, todos encontravam uma carroça, a sua carroça. E se atrelaram a ela com muita paciência, e, agora, a estão puxando nas costas. Já eu não puxava nada; e por isso não tinha rédeas nem antolhos. Certamente eu via mais longe do que eles, mas não sabia aonde ir.”

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