ÁS VEZES DÁ UMA DOR NO PEITO....UMA SAUDADE DE CERTOS ROSTOS, DE CERTOS CHEIROS, DE CERTOS LUGARES...ENGRAÇADO COMO A LEMBRANÇA VEM ACOMPANHADA DE SABORES, DE AROMAS...
É AÍ QUE FECHO OS OLHOS COMO QUEM TENTA REVER ESSES MOMENTOS. É AÍ QUE RESPIRO FUNDO COMO QUEM BUSCA FORÇAS PARA ENCARAR A REALIDADE...
NÃO É QUE ELA SEJA RUIM, MAS SEU PERFIL É TOTALMENTE DIFERENTE...
NAQUELA ESQUINA JÁ NÃO FICA MAIS AQUELE BAR, NAQUELA GARAGEM JÁ NÃO ESTÁ O MESMO CARRO. O RESTAURANTE QUE FREQUENTÁVAMOS FECHOU. OS AMIGOS QUE COMPARTILHÁVAMOS FORAM EMBORA.
EU SEI QUE LÁ NO FUNDO AINDA TEM MUITO DO MENINO COM UMA FLOR. EU SEI QUE NAQUELE PEITO AINDA EXISTE UM CALOR. EU SEI QUE LÁ DENTRO AINDA TEM UM CANTO QUE RELEMBRA NOSSO AMOR. EU SEI QUE NAQUELE SORRISO AINDA HÁ ECOS DO QUE RESTOU.
AINDA SOU UM POUCO DAQUELA QUE VOCÊ CHAMAVA COMO MINHA "FRÔ". AINDA TENHO UM POUCO DAQUELE JEITO ESPEVITADO QUE VOCÊ DIZIA QUE ERA O QUE TE CONQUISTOU. AINDA SEI OS PASSOS DAQUELE FORRÓ QUE NOS APROXIMOU.
SEMELHANÇAS QUE A GENTE IDENTIFICA EM MENSAGENS BOBAS, EM ENCONTROS DESENCONTRADOS EM TELEFONEMAS ATRAPALHADOS.
SÃO NESSAS OCASIÕES QUE FECHO OS OLHOS DE SAUDADE. SÃO NESSES SEGUNDOS QUE VIAJO NO TEMPO E CHEGO ATÉ A SENTIR O CHEIRO DAQUELES TEMPOS.
VEM NA CABEÇA AQUELE BILHETE IMPROVISADO, A FESTA SURPRESA, O PRIMEIRO CONTATO...
EU LEMBRO DA BATIDA DO CARRO, DA SERENATA COM GAITA, DA BLUSA VERMELHA E DA BARRACA MINEIRA. LEMBRO DO BAR DO JONNHY, DO BAR DO LUIZ. DO PUNTA CANA, DO NA MATA. DO NIAS E DO PIRATAS. LEMBRO DA ZONA SUL E DA ZONA NORTE. DO TORTO E DO CACHAÇA. DE CAMPOS E DE ATIBAIA. LEMBRO DA ZONA LESTE E DO GELA GUELA. DA BOOGIE E DA CHURRASCADA. DA TRASH E DAS ENRASCADAS. DA ADEGA E DA GALERA.
SINTO FALTA DE CADA UM, DE TODOS, DE TUDO E, ATÉ, DE MIM...
É POR ISSO QUE, ÁS VEZES, FECHO OS OLHOS DISCRETAMENTE E SUSPIRO FUNDO COMO QUEM TENTA MATAR AS SAUDADES. FAÇO ISSO DE VEZ EM QUANDO, NAQUELES SEGUNDOS ONDE SURGEM AQUELES CENÁRIOS...SEMPRE EM MEIO AOS MEUS "REPENTES" ...
NA MINHA LEMBRANÇA AINDA VEJO AQUELE MENINO DE BONÉ. VIZUALIZO O SORRISO DO FOTÓGRAFO BARBUDO. ESCUTO O SOM DAQUELE MÚSICO APLICADO. RECORDO OS OLHOS DO EX-NAMORADO APAIXONADO. DANÇO O RITMO LENTO DO PAQUERA DESAJEITADO. ME ENCANTO COM A VEZ EM QUE ELE SE VESTIU DE VAMPIRO E FICOU TODO ENGRAÇADO.
PARECE QUE FOI ONTEM QUE TROCAMOS AQUELAS PALAVRAS DESENCONTRADAS.
SERÁ QUE VOCÊ AINDA SE LEMBRA DAQUELA VEZ QUE FOMOS JUNTOS AO PACAEMBU? E QUANDO SAÍ DAQUELA BATIDA TODA MACHUCADA? VOCÊ AINDA É CAPAZ DE RECORDAR NÓS DOIS DOIDOS EM PLENA FESTA DO CACHORRO LOUCO?
EU NÃO SEI VOCÊ, MAS EU AINDA ME LEMBRO. EU AINDA SUSPIRO. EU AINDA SINTO O CHEIRO. GUARDO NO PEITO TODAS ESSAS HISTÓRIAS. ADMIRO DE LONGE TODOS OS PERSONAGENS.
SÃO CAPÍTULOS REGADOS DE AMOR, DE DOR, DE CALOR, DE COR....
O TOM REMETE A ARCO-ÍRIS, O SOM MESCLA TODOS OS RITMOS.
É COMO UM FILME FEITO DE CURTAS. TODOS ELES, COM PRINCÍPIO, MEIO E FIM...