é amor quando vc não se importa de acordar com ele do lado e o beija mesmo ele estando com mau hálito.
é amor quando ele peida e você continua querendo ele mesmo assim
é amor quando ela chega cansada, sem maquiagem e descabelada e, mesmo assim, você a acha linda
é amor quando ela menstrua, incha e está de TPM e, ainda assim, você quer ficar com ela.
é amor quando você fica brava, se irrita, mas não consegue ficar sem aquela pessoa
é amor quando você, no ato, sabe que não se trata apenas de sexo
é amor quando você quer que aquela pessoa seja feliz, mesmo que isso signifique que ela não fique com você
é amor quando não há frio na barriga, quando não há exagero, quando não há cegueira, quando não há máscaras. Porque o amor não é paixão, porque o amor não é efêmero. O amor nos permite amar aquela pessoa, estando ele acima ou abaixo do peso.
O amor abraça os defeitos e as qualidades. O amor compartilha. O amor é companheiro.
Ama aquele que durante a relação adora, se apaixona, odeia, se irrita, respeita, briga.
Ama aquele que escuta, fala, se cala, chora, grita, ri e descabela.
Ama aquele que tem coragem de encarar e abraçar uma pessoa por inteiro, sem querer modificá-la ou adequá-la às suas necessidades.
Porque o amor é assim, ele acontece. Acontece não porque você está linda, magra e maquiada. Ou porque ele é rico, cheiroso e afetuoso.
O amor acontece quando menos se espera, por quem menos se imagina e da forma menos possível.
Por que o amor é assim, inexplicável...
Ás vezes me coloco como protagonista, outras, como coadjuvante, na maioria, como uma mera expectadora, ansiosa pelas próximas cenas...
sexta-feira, 17 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
Diário de uma mudança
Me faltam páginas no diário. Justo eu que sempre fazia questão de documentar tudo. Notei isso outro dia, quando senti falta de mim mesma. Fui resgatar uns pedacinhos meus que se espalharam ao longo dos anos naquelas velhas páginas.
Encontrei um capítulo do diário em que me descobri moleca. Camiseta longa, bermuda de lycra, tênis sujo e um rabo de cavalo. Ao meu lado estavam poucas caras que me acompanham hoje em dia. Eu vivia com minha bicicleta vermelha, toda suada, com camiseta rasgada e joelho ralado das infinitas brincadeiras. No rosto, carregava um sorriso de quem estava sempre aprontando. No coração, sonhava com amores platônicos com membros do Menudo e, a realidade mais próxima de namorado, era a que eu sentia por ídolos como Michael J. Fox., estrelando “ De volta para o futuro”.
Continuei folheando meu velho confessionário e redescobri minha porção surfista. Quando acordar às 5 horas da manhã para pegar onda na ponta da praia, nada mais era do que uma desculpa para ficar fora de casa, sozinha e com a galera. Nesta época eu não ligava se estava andando com bunda de fora, se me olhavam, se eu tinha o peso certo ou se meu cabelo ficaria ressecado. Meus namoros eram por meio de cartas escritas em papel. Minha neura se resumia a conseguir notas escolares. Meu pesadelo era a chegada do boletim.
Me peguei enxugando uma lágrima e respirando fundo pra resgatar o fôlego, pois em meio aos meus pedaços descritos naquele antigo diário , eu revi alguns rostos que se perderam no tempo. Naquela época, eu jamais imaginaria que sentiria saudades do cheiro do cigarro da minha avó, do som da velha banda marcial tocando e dos passeios no banco de trás do carro dos meus pais. Descobri que naquela época me faltava malícia, me faltava responsabilidade, me faltava maturidade, me faltava experiência. Afinal, eu era uma criança. E que delícia era ser criança....
Mudei a página do diário e encontrei embalagens de balas recebidas por correio elegante, depoimentos escritos por um colega de sala e lamentações devido ao castigo que ganhei no fim de semana. Eu não sabia que aqueles não seriam meus amores, aqueles não seriam meus amigos e que teria milhares de fins de semana. Descobri que naqueles anos eu ainda acreditava em tudo e em todos, que bastava eu precisar de um agasalho novo e ele aparecia, que uma briga na escola não durava mais do que dois dias.
Engoli em seco meu choro, pois naquelas páginas constava um relato da minha vida. Minha transformação estava retratada nas páginas e a mudança era nítida.
Aquele sorriso moleque; sincero; meio bobo; exagerado e com aparelhos nos dentes, deu lugar a um mais contido e para poucos. Aquele olhar travesso; intenso; brilhante; curioso; honesto e profundo, foi substituído por um mais sério; opaco; desconfiado e preocupado. Aquele vestuário despojado; desinteressante; simples e confortável; virou ferramenta para que eu venda a imagem de mim mesma no dia-a-dia. Aquela cabeça onde cabiam sempre travessuras; aventuras; estripulias e brincadeiras de esconde esconde; agora acolhem preocupações; contas; consultas ao médico; horários e “cabelos brancos”. Aquele coração ingênuo; puro, esperançoso; confiante e romântico, transformou-se em pedra bruta, cansado de apanhar e desiludido demais para acreditar.
Fui reler meu diário buscando temperos, inspirações, motivos para me redescobrir, para me reconstruir. Adicionei a mim, uma nova receita com meus velhos ingredientes. Colhi uma pitada da menina sapeca para meus dias de aventura; uma colher da criança ativa e inocente para os momentos confusos; uma xícara da adolescente apaixonada e romântica para minhas noites quentes; meio copo da expectativa e simplicidade da colegial divertida e segura para minhas reuniões exaustivas. Juntei todos estes ingredientes aos que consegui ao longo da vida e mexi.
Após ler meu diário e planejar a minha nova receita, percebi que as páginas que faltavam não faziam mais falta. Estava pronta para escrever outros capítulos. Lembrando o que era bom e agradecendo por ter superado o que era ruim, sorrindo para o que resgatei de melhor e tranqüila por ter superado o que ocorreu de pior.
Fechei as páginas antigas para iniciar uma história nova. Desta vez sem esquecer os bilhetes, os rostos, os cheiros, as brincadeiras e a delícia dos riscos.
Notei isso quando me vi como uma equilibrista entre o antes e o depois. Carregando no rosto as rugas da idade junto à travessura de menina. Escondendo no peito o coração rachado, mas pronto para amar de novo. Desfilando com o salto de mulher vivida, sem esquecer do rabo de cavalo que mais parece aquela criança que estava esquecida.
No olhar ficou o brilho, no coração a saudades, na cabeça o aprendizado. Para quem me vê sou a mesma, para quem me conhece sou um futuro...
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Razão x Emoção
Você planejou tudo.
Pensou e repensou seu discurso milhões de vezes.
Está decidido, você não quer mais ficar com ele.
Tudo foi agendado de forma que a situação fique menos complicada do que já é.
Ok, chega a hora marcada e você está ali, impassível aguardando ele chegar para lhe dizer que vai embora.
A porta abre e ele surge todo sorridente, saltitante, com um humor contagiante.
Seu chefe lhe deu uma promoção e com o salário dobrado ele já planejou te levar para aquele passeio que há tempos ambos sonhavam.
Ele te abraça, te beija e todo aquele seu plano vai por água a baixo.
Você já está entorpecida pelo cheiro.
Embriagada pelo beijo.
Cega pelo tesão.
Aonde foram parar todos aqueles planejamentos?
Você sabe que não quer mais manter aquele caso.
Decidiu que não pretende mais ser a outra e que seus lençóis não serão mais divididos com aquela pessoa.
Você revisa todas as suas palavras com cuidado e treina para que não haja sentimentalismo.
Chega o momento aguardado e ele surge ali, lindo.
Com a camisa que você deu e o perfume que você gosta.
Lá se vai sua razão.
Afinal você pensa, “isso pode ficar para depois”.
Mas quem disse que depois daquela noite você consegue dizer adeus?
As palavras deram lugar aos fatos.
A emoção dominou qualquer sinal que o cérebro poderia emitir de razão.
A pele ganhou a partida por placar disparado.
A desculpa para isso, é que a carne é fraca ou que estamos, momentaneamente, carentes.
Que atire a primeira pedra quem nunca passou por isso.
Que ensine a cartilha, quem já superou tudo isso.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Procuro sempre olhar por onde piso, mas me distraio com os cenários ao lado.Foco em um objetivo, mas me atrapalho com os obstáculos do caminho.Não desisto facilmente, mas as lombadas, de tão insistentes, acabam com meu motor.Eu costumo retornar rápido a estrada e no sentido certo, mas ainda sou surpreendida pelos sinais vermelhos.Chego a insistir em algumas metas, mas ando me cansando de dar murro em ponta de faca.
Assinar:
Postagens (Atom)