quarta-feira, 14 de maio de 2008

Gostaria de poder voltar a ser criança. Sem preocupações com conta, compromissos, reuniões. Sem ter chefe, namorado, obrigações, dead-line. Queria voltar a não ter idéia da imensidão do mundo, da maldade, da insensibilidade, da frieza. Queria poder ir para a terra do nunca, onde minha preocupação seria voar e combater o gancho, fazer guerra de travesseiro, sem ter de pensar no amanhã. Se pudesse, nunca cresceria...ficaria lá, brincando de pega-pega e pique-esconde e aproveitando toda a inocência que a pouca idade nos dá.

Como ainda não inventaram a máquina do tempo, tenho de me contentar com meus sonhos. Ultimamente, tenho vontade de dormir e nunca mais acordar...pra ficar lá, naquela terra que meio que me leva bem longe deste lugar...O duro é acordar e respirar este ar...então, fico desejando ser uma pessoa inerte, de preferência, cega, surda e muda. Daquelas inertes, que não se afligem, nem com uma bomba nuclear.

Eu não era assim, não desejava essas coisas e nem preferia viver nos meus sonhos do que encarar a realidade, mas esta tal vida, que a todo instante, me dispara um soco, só me faz ter certeza de que prefiro evitar as pessoas e conviver com animais, falar sozinha a ter de escutar abobrinhas, andar por ai sem ter companhia.

Se ainda não posso ir embora daqui, finjo estar ali. Vivo uma farsa, com sorriso amarelo e orelhas seletivas.

Prefiro não encarar e nem falar, ouvir ou encontrar, sentir ou chorar, rir ou padecer.

Conto as horas do dia para que, brevemente, chegue a noite e eu volte ao lugar onde desejo, ardentemente, ficar: minha cama, com meus sonhos.....rezando para enfim, um dia, nunca mais acordar e viver naquela alegria de faz-de-conta...sem rostos, nomes, histórias ou lugar...

Esta sou eu, uma transeunte vagando para qualquer lugar enquanto não chega onde prefere ficar.....longe, bem longe, em direção a uma vida sem vazio, distante desta realidade, pessoas, cheiro, tristeza, sarcasmo, maldade, frieza....desejo seguir só para este lugar onde somente eu poderia me abandonar....

(desconhecido)

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